A história das quatro crianças indígenas que sobreviveram por 40 dias na selva amazônica é realmente incrível. Essas crianças, pertencentes à comunidade indígena Muina Murui, também conhecida como Uitoto, conseguiram sobreviver sem comida.
Assim, enfrentando mosquitos e animais selvagens em uma região desafiadora, após o acidente de avião no qual estavam três adultos que perderam a vida.
Para essas crianças, a selva não era um lugar estranho, mas sim parte de seu ambiente natural, pois a floresta faz parte de sua casa. Os Muina Murui são uma das maiores comunidades indígenas que habitam a Amazônia, estando presentes não apenas na Colômbia, mas também no Peru e no Brasil.
Essas crianças são familiarizadas com a área onde ocorreu o acidente e com as operações de resgate, pois a floresta é o seu território ancestral.
Assim, acaba sendo uma importante fonte de alimento, que eles aprendem a conhecer desde cedo por meio de práticas tradicionais.
Como o povo Muina funciona?
A comunidade Muina Murui tem uma economia baseada na caça, pesca e coleta da mandioca doce, que é amplamente cultivada na região. Além disso, eles têm tradições culturais importantes, como o uso da folha de coca e do fumo em cerimônias e ritos. Essas folhas são consideradas sagradas e têm poderes curativos, sendo utilizadas para o manejo espiritual do mundo, de acordo com a visão indígena.
Ao longo da história, os Muina Murui enfrentaram desafios, como o boom da borracha no início do século XX, que levou à exploração e escravização da comunidade.
O genocídio perpetrado pelo dono da Casa Arana, uma empresa comercial peruana, causou a morte de muitos indígenas e levou à dispersão da população.
A comunidade também enfrentou a guerra entre a Colômbia e o Peru em 1932, bem como a busca dos narcotraficantes por plantações de folha de coca.
No entanto, os Muina Murui demonstraram resiliência ao longo dos anos e gradualmente retornaram aos seus territórios ancestrais. A história das quatro crianças que sobreviveram na selva é um exemplo notável de sua capacidade de adaptação e conhecimento da floresta amazônica.