Um levantamento recente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) trouxe à tona dados preocupantes sobre a representatividade racial no Judiciário brasileiro. Segundo o estudo, apenas 14,5% dos magistrados do país se identificam como negros. Quando ampliamos o escopo para considerar todos os servidores do Judiciário, esse número sobe para 29%.
Desigualdade e seus Efeitos A ministra Rosa Weber, atual presidente do CNJ, comentou sobre o levantamento, ressaltando que essa desigualdade é uma fonte de violência. O Judiciário, sendo um dos pilares do Estado democrático de direito, deveria refletir a diversidade da população brasileira. A ausência dessa representatividade pode gerar desconfiança e distanciamento da população com relação às decisões judiciais, visto que parte significativa dos cidadãos não se vê representada.
Comparação com a População Brasileira A discrepância se torna ainda mais evidente quando consideramos os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o último censo, mais de 50% dos brasileiros se identificam como pardos ou pretos. Portanto, a presença de negros no Judiciário está muito aquém da proporção que ocupam na população.
Buscando Mudanças A discussão sobre a diversidade no Judiciário não é apenas uma questão de números. Trata-se de garantir que diferentes perspectivas e vivências estejam presentes na tomada de decisões judiciais, enriquecendo o debate e assegurando um entendimento mais amplo e inclusivo sobre as questões sociais do país.
Nesse sentido, torna-se imperativo adotar políticas afirmativas, promover discussões sobre racismo institucional e investir em educação e capacitação para que mais profissionais negros possam ascender às posições de liderança no Judiciário.
Conclusão A subrepresentação de negros no Judiciário é um reflexo das desigualdades raciais ainda presentes na sociedade brasileira. É uma questão que necessita de atenção, reflexão e ação concreta para que o Judiciário possa, de fato, representar a diversidade e riqueza da nação brasileira.